sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Tem alguém fedendo aí?

Por Genaldo de Melo

O jornalismo político no Brasil imita a própria política em sua essência. A dinâmica dos fatos sobrepuja os denominadores comuns do jornalismo comum, principalmente no fenômeno recente das redes sociais na internet. No momento o principal fato que vem causando verdadeiro rebuliço, suscitando inclusive opiniões variadas, foi o lançamento do livro do jornalista Amauri Ribeiro Jr. (bastante conhecido da mídia impressa brasileira), “A Privataria Tucana”. Ele já foi colunista de grandes jornais e revistas de renome.
Não é comum no Brasil um livro ser lançado e em menos de 72 horas ter vendido mais de 30 mil exemplares. Isso na linguagem do mercado editorial se configura num best-seller. São raros os casos no mundo da literatura tal fato, e isso suscita naturalmente uma análise mais aprofundada porque as opiniões de jornalistas e blogueiros sérios de todos os matizes ideológicos são variadas. Algumas apaixonadas e outras carregadas de teor explosivo.
Confesso que não li o livro completamente ainda, apenas alguns detalhes e capítulos, porque estou a fazer outras leituras no momento. Mas confesso que vou devorá-lo na primeira oportunidade que tiver, em breve. É uma necessidade natural de quem gosta de jornalismo político ler uma obra dessa natureza, porque é um fenômeno editorial. Ninguém vende tantos livros em tão pouco tempo se não estiver dizendo a verdade, ou plagiando a mesma.
A grande mídia calou. Apenas o jornalismo dos textos pequenos colocou pequenas notas sobre o assunto. Os grandes colunistas do jornalismo da obediência se emudeceram como se mortos estivessem. Nos últimos dias somente vi um colunista baiano falar do tema, mas mesmo assim insinuando que o livro é verdadeiro “cala a boca”, por causa das denúncias contras os ministros do Governo de Dilma. Ou seja, segundo ele o livro foi lançado agora para ocupar as mentes dos jornalistas da obediência. Como leio diariamente esse colunista, mesmo não concordando com as opiniões dele, o sujeito é bom no que faz, e além disso, foi colega de redação de um amigo nosso. Na Rua Djalma Dutra onde morei muitos anos, Jânio Lopo primeiro lia, depois opinava.
Como é mesmo que se pode explicar os fatos do livro de Amauri Ribeiro? Não vejo motivos para incriminá-lo de mentiroso, pois ele sempre foi respeitado e considerado pelos grandes conglomerados midiáticos como grande profissional do jornalismo brasileiro. Aliás, esteve sempre do lado contrário àqueles que hoje coordenam o projeto de poder no Brasil. Ele não é petista.
Vejam só o que está no livro. O primo mais esperto de Serra, um espanhol abrasileirado, teve abatimento de dívida com o Banco do Brasil de 109 vezes, ou seja, devendo R$ 448 milhões foi para irrisórios R$ 4,1 milhões, depois que pegou financiamento em nome das empresas Gremafer Comercial e Aceto Vidros e Cristais Ltda, na agência Rudge em São Bernardo do Campo, em agosto de 1993; depois quase falido, o primo do senhor eterno candidato dos tucanos à Presidência da República, representa a empresa espanhola Iberdrola e vai às compras, monta o consórcio Guaraniana e adquire milagrosamente três grandes estatais de energia elétrica, a Coelba da Bahia, a Corsen do Rio Grande do Norte e a Celpe de Pernambuco. Isso tudo também com R$ 2 bilhôes da Previ (fundo de previdência do Banco do Brasil). Olhe aí, tudo às olhos nus dos tucanos que governavam o Brasil. Será que Amauri Ribeiro está mesmo mentindo para vender livros? Ou será mesmo que estamos a ver a cortina de fumaça querendo esconder de fato que a Privataria existiu?
Quase esqueço de falar da Ilha do Urubu, paraíso dos mais caros da costa baiana, que os carlistas presentearam ao bom rapaz, primo rico do eterno candidato a Presidência da República, que vendeu por apenas R$ 5 milhões a Bella Vista Empreendimentos Imobiliários, controlada pela Dovyalis Participações S.A., presidida pelo especulador belga Philippe Ghislain Mees, deixando Pataxós e Martins à ver navios.
Caros leitores, o que aconteceu mesmo no Brasil com as privatizações financiadas pelo próprio Brasil? Cadê o dinheiro...?






terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mulheres se organizam em Água Fria

Por Genaldo de Melo

Em Água Fria as mulheres componentes do Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais conseguiram finalmente institucionalizar sua entidade para lutar pela eliminação das disparidades nas relações de poder entre homens e mulheres.

No último dia 09 de dezembro elas realizaram um encontro para oficializar a criação da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Água Fria, bem como para começar a pensar o trabalho para o primeiro mandato da Diretoria.

A idéia de criar a associação nasceu no I Seminário de Mulheres que foi realizado no município com apoio do Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais, da FETAG-BA, da Igreja local, e principalmente pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço.

O passo seguinte agora das mulheres será a realização de Seminário de Planejamento estratégico para pensar e definir a missão, a visão de futuro, os objetivos estratégicos, bem como as ações de fato para o próximo período com os “pés no chão”.

A atividade teve a participação de toda a nova Diretoria da entidade, foi apoiada pelo STTR de Água Fria, e foi assessorada por Genaldo de Melo, representando a FETAG-BA e a CTB-Bahia.

Fonte: http://sttraguafria.blogspot.com  

O Nordeste é perfeitamente viável

Por Genaldo de Melo

O discurso da desunião entre os chefes de executivos dos Estados nordestinos deve e tem que ser derrubado, quando se trata das disputas por investimentos em processos de desenvolvimento econômico. A disputa não é boa para uma região que do ponto de vista econômico, sempre foi desprezada e relegada o segundo plano como se valor nenhum tivesse para a economia brasileira.

Foi no Nordeste que o Brasil se iniciou como nação, foi também nessas terras que a mão-de-obra para a construção das riquezas nacionais foi estabelecida, bem como para construir os “melhores” Estados brasileiros do ponto de vista econômico. Não procede então o discurso do conflito, mas sim da união e da cooperação, porque o Nordeste tem viabilidade.

As organizações da Sociedade Civil, os partidos políticos independentemente de seus aspectos ideológicos, o Terceiro Setor e as instituições públicas que têm hegemonia na sociedade devem alinha-se aos discursos dos governadores Jacques Wagner, Cid Gomes e Eduardo Campos, respectivamente da Bahia, do Ceará e de Pernambuco. O Nordeste precisa está unido para atrair investimentos e consolidar a região como pólo econômico importante, enfrentando assim o subdesenvolvimento que sempre foi uma das suas características.

E não é só politicamente que a região precisa de se unir para a promoção de um processo de construção de seu desenvolvimento. É necessário responsabilidades teóricas e práticas para pensar a viabilidade de fato, tanto da sociedade civil, dos governos, como das universidades e instituições de pesquisas. E além disso, o Nordeste precisa criar uma rede de pensadores da técnica, como os antigos institutos e aparelhos afins, sem as chamadas aves de rapina. Porque a região somente não tem viabilidade quando as mãos sujas dos oportunistas se aparelham disso. Porque o Nordeste também é Brasil, tem competência e capacidade para tanto.

Já está mais do que na hora de acabarmos com o desemprego alarmante, os índices abaixo da linha da pobreza, os fatais índices de Desenvolvimento humano, social e econômico, o proselitismo político de alguns, bem como o discurso silencioso dos oportunistas de que a fome mantém o povo em perfeita ordem e obedientes como bois. Já está na hora dos nordestinos se unirem para construir uma nova região e atrair os investimentos capazes de consolidar uma nova era entre nós. Já está na hora...!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Entrevista com Carlos Mariguella (1967)

Em 1967, de Cuba, Marighella convocou o povo brasileiro para pegar em armas e lutar contra a ditadura militar
 

Se estivesse vivo, o fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), Carlos Marighella, completaria 100 anos nesta segunda-feira. Um dos principais arregimentadores da luta armada no Brasil, o revolucionário defendia a guerrilha como única forma de superação da ditadura e da influência Norte-Americana no país.

Suas posições políticas e seu conflito com o Partido Comunista Brasileiro foram expostas numa entrevista veiculada pela rádio Havana (Cuba) em 1967, logo após a realização da primeira Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade), onde métodos para a revolução em países latinos foram debatidos.

A entrevista foi ouvida no Brasil por alguns militantes de organizações de esquerda que sintonizavam a rádio Havana em ondas curtas. Ela serviu como fonte de mobilização para jovens que estavam dispostos a pegar em armas na luta contra a ditadura.

Trechos dessa entrevista foram publicados em trabalhos acadêmicos e livros sobre a ditadura. O áudio com a íntegra, contudo, ficou perdido por anos. O material foi recuperado recentemente, durante pesquisas feitas por uma das militantes que trabalhou na construção da ALN, Iara Xavier. Ela é irmã de Iuri Xavier - que foi um dos líderes da ALN assassinado pela ditadura em 1972.

Asseguir trechos da entrevista:

Pergunta: Um telegrama da agência de notícia francesa France Press, fechado hoje no Rio de Janeiro, disse assim: Carlos Marighella será expulso por indisciplina do comitê central do Partido Comunista Brasileiro, informa hoje a imprensa de Brasil. Os diários locais, que se baseiam em informações de recorridas em organismos de segurança brasileiros, indicam que essa decisão do PCB foi motivada pelo fato de Marighella ter ido à Havana para assistir à Conferência da OLAS, Organização Latino-Americana de Solidariedade. Precisamente nos encontramos sentado à frente de Marighella, no seu quarto no hotel Habana Libre, para que nos dê sua resposta a este telegrama e ao tempo nos fale a respeito da situação atual do seu País.

Carlos Marighella: O que tenho a explicar ao povo Cubano é que estes telegramas indicam apenas que os periódicos brasileiros procuram utilizar-se do episódio da minha vinda a Cuba para fazer provocações contra os revolucionários. A notícia de que eu serei expulso do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro ou do Partido Comunista Brasileiro por indisciplina é baseada no fato de que foram obtidas informações nos organismos de segurança brasileira, quer dizer, dos organismos policiais, que não podem realmente saber de nada. De qualquer maneira, como tenho uma posição divergente em relação à direção do Partido Comunista Brasileiro, pois sou partidário da luta de guerrilhas como caminho para solução dos problemas do nosso povo, creio que seria ridículo expulsar um revolucionários somente porque veio a Cuba trazer a solidariedade do povo brasileiro à revolução cubana e à Primeira Conferência de Solidariedade Latino-Americana.

Quanto à questão levantada nestes telegramas, que noticiam as posições dos jornais brasileiros que pertenço a uma fração do partido Comunista juntamente com outros camaradas, no sentido de desrespeitar as decisões do Partido Comunista Brasileiro, porque somos favoráveis à luta armada, devo esclarecer ao povo cubano que não pertenço a nenhuma fração.

Sou o primeiro-secretário do Partido Comunista em São Paulo, do Comitê Estadual do Partido Comunista em São Paulo, e não tenho nenhuma necessidade de organizar grupo, fração, nem mesmo de organizar um novo partido comunista, porque já temos em nosso país muitas organizações.

Há grande confusão ideológica, muita gente que pretende atribui-se a condição de líder, de dirigente, mas tudo isto baseado em declarações, na elaboração de informes, na realização de reuniões, quando o fundamental para nós no Brasil é passar para a ação, desencadear a luta armada.

É organizar a luta de guerrilhas. Somente em torno da luta de guerrilhas, somente em torno de um caminho revolucionário como esse é que se pode realizar a unidade dos revolucionários, a unidade do povo brasileiro.

Assim, seria perder tempo participar de frações, tentar organizar novos partidos e tentar percorrer o caminho tradicional que não nos ajudará em coisa nenhuma e só nos levará a passar ainda mais anos na pasmaceira em que nos encontramos atualmente.

Minha posição e a dos camaradas que estão com a mesma disposição que tem a mesma convicção é exatamente a da preparação da luta armada, do desencadeamento da luta de guerrilhas e da concentração de todos os esforços nessa atividade. Era isso que tinha a esclarecer

Pergunta: Marighella, existem no Brasil forças revolucionárias capazes de resistir à ditadura de ir à luta armada contra o regime?

Marighella: Sim. Existem essas forças. As forças revolucionárias capazes de resistir à ditadura e ir a uma luta armada contra o regime encontram-se dentro do Partido Comunista Brasileiro e fora do mesmo partido. Há várias organizações, agrupamentos, correntes e forças outras que defendem posição revolucionária que estão dispostas de ir à luta armada, que têm convicção que o caminho brasileiro para a salvação de nosso povo é a luta armada, e que podem realiza-la. Quando existem condições tais como as que se apresentam em nosso país essas forças revolucionárias são criadas praticamente dia-a-dia e hora-a-hora. O que é preciso é passar para a ação. Fazer com que essas forças se coordenem no mesmo sentido e que passem no desencadeamento da luta e se prepararem. Que vão, portanto, à área rural, que é onde nós podemos, no Brasil, desenvolver a luta que pode ser apoiada pelos trabalhadores, por todo o povo dentro das áreas urbanas e, nesse sentido, marchar para conseguir a vitória que no Brasil só poderemos conseguir se juntarmos esse nosso esforço ao esforço de todos os outros povos Latino-Americanos.

Pergunta: Agora a gostaríamos de perguntar a cerca da responsabilidade que corresponde ao PCB ante ao golpe militar de 1964?

Marighella: Não há propriamente responsabilidade do Partido Comunista Brasileiro em relação ao golpe militar de 1964. A responsabilidade, se quiséssemos falar assim, maior, realmente cabe à direção do Partido Comunista Brasileiro. Por que a direção do Partido Comunista Brasileiro cabe orientar as bases, traçar os planos e orientar todo o povo, dar as diretivas necessárias para que a luta seja enfrentada.

Ora, a direção do PCB seguiu caminho de submissão à liderança da burguesia. Confiava que os generais brasileiros pudessem vir a resolver a situação do povo. Confiavam num dispositivo militar. Realizava, na verdade, ou propunha a realização, de um trabalho de cúpula nos altos níveis das organizações.

Não era trabalho realizado pela base, em que o povo participasse diretamente de baixo para cima e, por tanto, um trabalho que tivesse estrutura firme em que o proletariado, o campesinato, as forças de massa do Brasil estivessem mesmo atentas para a situação. Então, a direção do nosso partido era direção que estava se conduzindo com base de ilusões de classe, de ilusões com a burguesia.

Evidente que com essa posição deixou o povo brasileiro inteiramente despreparado e, quando sobreveio o golpe militar de 1965, evidente que não havia condições para a resistência. O povo se encontrava na rua. Não tinha armas, entretanto.

E não havia ação daquelas forças do governo e da burguesia que o partido, ou melhor, a direção do partido, sustentava que iriam reagir. O resultado é que inteiramente desprevenidos e despreparados com todas as ilusões que haviam sido defendidas pela direção do partido, ficou todo o povo brasileiro impossibilitado de impedir que o golpe se concretizasse, como acabou se concretizando.

Esse é o caso típico de uma lição, de um ensinamento que se pode obter exatamente pelo fato de que a liderança comunista deixa de acreditar no proletariado como força dirigente da revolução, deixa de acreditar no aliado fundamental do proletariado, que é o campesinato, para lançar-se de mãos e pés amarrados diante da burguesia.

Sem condições, portanto, de impedir o golpe que fatalmente virá em quaisquer circunstâncias sempre que o Partido Comunista não se preparar para a luta armada e não se preparar para organizar as forças armadas do povo, que é a única coisa que pode deter a posição, a ação dos imperialistas Norte-Americanos contra a liberdade do povo brasileiro ou dos povos da América-Latina.

Pergunta: Que forças revolucionárias e que tipo de organização crê o senhor lograria a aliança armada entre trabalhadores e campesinos que se faz necessária para chegar a criar o núcleo do exército de liberação brasileiro?

Marighella: O que nós revolucionários comunistas estamos empenhados na luta armada e temos a forte convicção que só a luta armada resolverá a questão brasileira, o que nós revolucionários, o que nós comunistas estamos pensando, é que em face da situação brasileira e das organizações que ali existem, o que deveríamos fazer é procurar lançar a luta de guerrilhas na área rural do País sem nos preocuparmos em que qualquer das organizações existentes tomasse a inciativa.

Não se trata que esta luta armada, que essa guerrilha no Brasil tenha que ser organizada somente pelo Partido Comunista Brasileiro ou por qualquer outra organização existente dentre as que atuam no Brasil, sejam as organizações dos partidários de (Leonel) Brizola, de (Miguel) Arraes, do (Francisco) Julião, da Ação Popular, da POLOP, da Política Operária e mesmo das organizações da esquerda católica.

O problema não se situaria, portanto, na situação agora de uma organização que fosse dar a diretiva de luta armada, mas começar a luta armada com os revolucionários de dentro e de fora do partido, e de todas as organizações que estejam dispostas dentro de um plano estratégico político global, a iniciar a luta.

Fazer com que esta luta armada, que no caso brasileiro, como no caso Latino-Americano, penso, tem que ser a luta guerrilheira. Fazer com que essa luta tenha um caráter duradouro, que dure, que tenha continuidade, ainda que a principio seja luta que mobilize um grande número de homens, mas que possa obter êxito iniciais e manter-se e implantar-se na área rural do país. Isso dará confiança ao povo brasileiro e essa luta progredirá.

E nessas condições, então, no processo, será possível criar-se a verdadeira organização revolucionária capaz de levar a vitória ao povo brasileiro através da luta de guerrilha.

Pergunta: É possível lutar pelas reformas de base de forma pacífica em um Brasil governador por gorilas?

Marighella: Não. Não é possível lutar por essas reforma através do caminho pacífico num Brasil com a ditadura que tem no presente momento. Já anteriormente, quando havia o governo de João Goulart, nós seguimos, ou melhor, nosso partido, sua direção, enfim, os revolucionários no Brasil seguiram esse caminho, de lutar pela reforma de base pelo caminho pacífico e sob a liderança da burguesia. Isso nos levou a um fracasso completo e total pois, nas condições atuais, a burguesia no Brasil e em outros países não tem condição de dirigir a revolução.

E não há condições também, no momento em que o imperialismo lança mão de sua estratégia global, não há condições para se obter a vitória pacífica através dessas lutas pela reforma. As reforma de estrutura, de base, que necessitamos no Brasil, e de que necessitamos em muitos países da América-Latina, só se pode conseguir através da luta revolucionária.

Ou melhor, através da tomada do poder pela via revolucionária. Quando somente então, e com forças armadas do povo em ação, podemos dominar a ação das forças reacionárias, a ação do imperialismo e realizar essas reformas e levar o País até o socialismo. Fora disso não é possível. E a lição que recebemos no Brasil e uma lição que pode servir para os demais povos da América-Latina.

Pergunta: Marighella, por último, gostaríamos perguntar o seguinte: que espera o movimento revolucionário brasileiro desta primeira conferência da OLAS?

Marighella: Para o povo brasileiro a primeira Conferência de Organização Latino-Americana de Solidariedade, Olas, significa muito, significa mesmo o passo mais avançado que foi dado na América-Latina, para que reunamos todas as nossas forças num plano estratégico global visando obter a liberação de nossos países do julgo do imperialismo Norte-Americano. Somente agora, e depois que a revolução cubana conseguiu sua grande vitória, e se encaminhou pelo terreno da construção do socialismo no primeiro país da América-Latina, tornou-se possível congregar todos esses esforços, dos revolucionários de toda a América-Latina, como acontece agora nessa primeira Conferencia da Organização Latino-Americana de Solidariedade para enfrentar a estratégia global do imperialismo Norte-Americano.

Espero que o movimento revolucionário brasileiro saberá compreender a importância dessa primeira Conferência Latino-Americana de Solidariedade e que se junte aos esforços que todos fazemos no sentido que, como disse o comandante Che Guevara, criar um, dois três, muitos Vietnãs

Fonte: IG Noticias

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A falta de vergonha que ainda impera

Por Genaldo de Melo

Vamos parar um pouco de ser tão liberal demais! Sou contra a liberalização da maconha, e tenho os motivos da experiência do que vi de outros da minha geração dos anos oitenta, que consumiam essa verdadeira peste que consome mentes e corações.
Sou contra a maconha, porque sou, e acabou a história, e pronto! Quem quiser discordar de mim, que discorde porque esse é o princípio da democracia. E democracia é assim mesmo, é reconhecer as qualidades dos inconvenientes. Quem quiser fumar a maconha velha podre, que fume, mas me deixe o direito de ser contra a preguiça, a falta de memória, bem como o pecado safado da gulodice dos maconheiros.
Se o ex-presidente, com sua boca de envelope amassado quer defender a liberação das drogas que faça, mas respeite os cidadãos que são contra a drogadição. Fico extremamente estarrecido ver um sociólogo reconhecido como é o caso dele, depois de velho assumir o discurso da maldade que corrompe nossa juventude.
Parece que o homem ficou doido depois que sua mulher morreu. A gente ver que grande parte dos males sociais é oriunda dessa doença social. Por isso que não concordo com o discurso dele, bem como vou aproveitar em todos os momentos que puder e em todos os espaços de mídia que eu tiver para combater essa atitude, porque tenho filhos para cuidar e defender.
Com tanta gente pensando estratégias para combater os problemas sociais, especialmente a drogadição que tanta violência tem causado para o mundo moderno, ainda aparecem esses loucos esclerosados dizendo em alto e bom som que se deve liberar a maconha. Pelo amor de Deus tenha paciência e respeite a gente, que somos cidadãos de bem e cumprimos nosso papel na sociedade!
Prefiro ser careta, mas sadio!